segunda-feira, 24 de março de 2014

O carpinteiro






Um velho carpinteiro estava para se aposentar. Contou a seu chefe os planos de largar o serviço de carpintaria e de construção de casas para viver uma vida mais calma com sua família.

Claro que sentiria falta do pagamento mensal, mas necessitava da aposentadoria.

O dono da empresa sentiu em saber que perderia um dos seus melhores empregados e pediu a ele que construísse uma casa como um favor especial.

O carpinteiro consentiu, mas com o tempo, era fácil ver que seus pensamentos e coração não estavam no trabalho. Ele não se empenhou no serviço e utilizou mão de obra e matéria prima de qualidade inferior.

Foi uma maneira lamentável de encerrar sua carreira.

Quando o carpinteiro terminou o trabalho, o construtor veio inspecionar a casa e entregou a chave da porta ao carpinteiro e disse:

- Esta é a sua casa, é meu presente para você!

Que choque! Que vergonha! Se ele soubesse que estava construindo sua própria casa, teria feito completamente diferente, não teria sido tão relaxado.

Agora iria morar numa casa feita de qualquer maneira.

Assim acontece conosco. Construímos nossas vidas de maneira distraída, reagindo mais que agindo, desejando colocar menos do que o melhor.

Nos assuntos importantes não empenhamos nosso melhor esforço. Então, em choque, olhamos para a situação que criamos e vemos que estamos morando na casa que construímos. Se soubéssemos disso, teríamos feito diferente.

Pense em você como um carpinteiro. Pense sobre sua casa. Cada dia você martela um prego novo, coloca uma armação ou levanta uma parede. Construa sabiamente!

Mesmo que tenha somente mais um dia de vida, esse dia merece ser vivido graciosamente e com dignidade.Sua vida de hoje é o resultado de suas atitudes e escolhas feitas no passado. Sua vida de amanhã será o resultado das atitudes e escolhas que você fizer hoje.

Autor Desconhecido

segunda-feira, 17 de março de 2014




CRÍTICA AO POSITIVISMO


O Positivismo é um tipo de cientificismo, ou seja, uma perspectiva que valoriza a ciência acima de tudo. Uma conseqüência dessa atitude é achar que mito, filosofia e ciência são incompatíveis e que é preciso “abandonar” os dois primeiros em função da terceira. Enquanto tendência filosófica, o Positivismo desenvolveu-se na Europa, principalmente, na segunda metade do séc. XIX, num contexto que é chamado de “segunda revolução industrial”. O sistema econômico-financeiro favoreceu de modo inédito a indústria controlada pela burguesia ascendente, principalmente na Inglaterra e na França. O sucesso econômico desses países, com o apoio dos governos, sustentou o chamado “colonialismo imperialista” europeu, que empreendeu a busca de novos territórios para a obtenção de matéria prima e a conquista de novos mercados. Esse processo contou de modo decisivo com as recentes descobertas científicas e suas aplicações técnicas na indústria, que suscitaram grande “progresso” material. Assim, o Positivismo deve ser visto como um amplo movimento cultural e filosófico, baseado na supervalorização da ciência e da técnica e num suposto “progresso” social. Seus principais pensadores são Comte, na França, Bentham, Stuart Mill e Spencer, na Inglaterra.

Auguste Comte, filósofo francês (1789-1857), publicou seu Curso de filosofia positiva em 1830/42 e o Discurso sobre o espírito positivo, em 1844, como introdução a um curso de astronomia popular dado gratuitamente aos trabalhadores, numa sala da prefeitura de Paris. No Discurso, ele fala da “lei dos três estados’ (o teológico, o metafísico e o positivo), que seriam estágios de compreensão, explicação e representação do mundo pelos quais passaria toda a humanidade, mas também cada indivíduo, em particular.

O estado teológico-fictício seria o mais primitivo, no qual explicamos o mundo através de seres ou agentes imaginários, supostamente dotados de vontade. Assim como a criança, os seres humanos reconhecem nos seres naturais a encarnação de espíritos com poderes mágicos. Seja no politeísmo, seja no monoteísmo, eles divinizam certas forças naturais com o objetivo de explicar os fenômenos; essas forças são vistas, então, como sobrenaturais. Mas a busca das causas, mesmo que provoque a criação de ilusões, é o impulso básico para o progresso da inteligência humana.

No estado metafísico-abstrato, conservamos o desejo de descobrir as causas, próprio do estado teológico, e antecipamos a necessidade de argumentação racional, própria do estado positivo. Os seres sobrenaturais são substituídos por abstrações ou entidades, como “a essência” ou “a matéria”, por exemplo. Com um espírito crítico, a atitude metafísica mais dissolve do que organiza, o que explicaria, por exemplo, o desaparecimento da cultura religiosa da Idade Média, com a destruição dos valores teológicos, que culminaria, no séc. XVIII, com o Iluminismo, ou seja, o triunfo das luzes da Razão.

O estado positivo-científico abre mão das causas absolutas (que explicariam “por quê” as coisas acontecem) e busca as leis parciais (que descreveriam “como” elas acontecem). A noção de lei deve substituir a noção de causa: podemos explicar a atração da matéria pela lei da gravitação universal, sem ter que dizer o que é a gravitação enquanto causa. As leis (que podem ser estáticas ou dinâmicas) caracterizam o próprio espírito positivo, que garante a ordem do mundo e da sociedade (dimensão estática) e seu progresso (dimensão dinâmica). O estado positivo é o termo fixo e definitivo, em que o espírito humano descansa e encontra a ciência. Tal como as sociedades, também os indivíduos evoluem segundo essa lei dos três estados, culminando com o reconhecimento do valor maior das ciências experimentais.

As principais ciências seriam a matemática, a astronomia, a física, a química, a biologia e a sociologia. A psicologia faz parte da biologia, o psiquismo não sendo nada mais do que um conjunto de funções cerebrais. A sociedade é um organismo cujas partes são heterogêneas, mas solidárias, com uma especialização precisa de funções, pensadas organicamente. A sociedade segue uma evolução de acordo com normas biológicas. A ordem se expressa na estática e o progresso constitui a dinâmica social. São expressões mais ou menos equivalentes, segundo Comte: “política positiva”, “filosofia social”, “teoria da evolução social”, “física social” e “sociologia”. Nessa perspectiva, algumas ideias tornam-se problemáticas ou perdem o sentido, tais como a noções de direito, do sujeito como individualidade, as ideias de liberdade de consciência e de soberania popular.

Os defensores do cientificismo pensam que as ciências naturais são a ciência por excelência. Elas conhecem os fatos através da experiência dos sentidos. Um tipo de pensamento típico do séc. XIX, o Positivismo tem como método não procurar as causas, não indagar pela essência, mas procurar as leis e as relações entre fenômenos, para conhecer os mecanismos do mundo. Em certo sentido, então, a ciência é uma sistematização do bom senso, segundo o qual seríamos espectadores de fenômenos exteriores, que se dão à nossa percepção sensível; fenômenos que não podemos modificar, mas a cujas leis devemos nos submeter. Não se reconhece a especificidade das ciências sociais por oposição às ciências naturais, mas busca-se o máximo de universalidade, na explicação dos fatos e suas relações. Podemos dizer que o Positivismo seria um “dogmatismo físico” e um “ceticismo metafísico”: porque, por um lado, ele afirma a objetividade do mundo físico, acima de tudo, estendendo suas regras para a sociedade, sem ressalvas, e, por outro lado, não se pronuncia sobre a natureza de objetos não perceptíveis pelas sensações.

Dica - “Dogmatismo” e “dogmático” vem do termo grego dógma, que quer dizer opinião. Atualmente, usamos esses termos para designar a atitude de alguém que aceita opiniões e adota valores, incondicionalmente, sem questionar. “Ceticismo” e “cético” vem do termo grego sképsis, que significa dúvida. Usamos esses termos para indicar a atitude oposta à do dogmático, ou seja, de alguém que duvida de tudo e que pensa que não é possível conhecer a realidade de verdade.

O termo “positivo”, na perspectiva positivista, designa e valoriza o real contra o ilusório, o útil contra o inútil, a segurança e a certeza contra a insegurança, o preciso por oposição ao vago, o relativo contra o absoluto. As opções metodológicas revelam-se, na verdade, opções por certos valores que guiam a atitude dos indivíduos. A corrente intelectual é ampliada a tal ponto e de tal modo que Comte acaba inventando uma “religião positivista”, puramente natural, racional, científica e exclusivamente humana; sem revelação, sem dimensão sobrenatural, baseada no conhecimento do mundo e no aperfeiçoamento moral da humanidade. A humanidade é o grande ser, ao qual deve servir todo ser humano.

Apesar de contrário à teologia e à metafísica (consideradas ilusórias), e de ser crítico do catolicismo (considerado anti-social), o filósofo francês acaba por tomar a Igreja Católica como modelo, com seus santos padroeiros, anjos da guarda e almas amigas. Um lugar especial é reservado à sua musa inspiradora, Clotilde de Vaux, considerada como equivalente à Virgem-mãe...

O pote quebrado






Um jovem carregador de água sempre levava dois potes pendurados em cada ponta de uma vara.

Um dos potes tinha uma rachadura pequena, enquanto o outro estava inteiro e sempre chegava completo de água no fim da longa jornada entre o poço e a casa do patrão do carregador.

O pote rachado sempre chegava apenas com a metade da carga de água. Assim foi por dois anos, diariamente, o carregador entregando um pote e meio de água na casa de seu chefe.

Claro, o pote perfeito estava orgulhoso de suas realizações. Porém, o pote rachado estava envergonhado de sua imperfeição e sentindo-se miserável por apenas ser capaz de realizar metade do que lhe era designado fazer.

Depois de algum tempo, o pote rachado disse ao o homem, à beira do poço:
- Estou envergonhado, quero pedir-lhe desculpas.
- Por quê? – perguntou o homem – De que você está envergonhado?
- Nesses dois anos só fui capaz de entregar metade da minha carga, porque essa rachadura no meu lado faz com que boa parte da água vaze pelo caminho da casa de seu senhor. Por causa do meu defeito, mesmo tendo todo esse trabalho, você não ganha o salário completo pelos seus esforços.

O homem apenas acenou com a cabeça. No caminho para a casa de seu senhor, o homem disse ao pote: Você notou como existem flores no seu lado do caminho? Notou que, dia a dia, enquanto voltávamos do poço, era você quem as regava? Por dois anos pude colher essas flores para ornamentar a mesa do meu senhor. Se você não fosse do jeito que é, ele não poderia ter tanta beleza para dar graça a sua casa.

Cada um de nós tem os seus “defeitos”, todos nós somos potes rachados. Porém, podemos usar estes nossos defeitos para embelezar nossas vidas.


Nunca devemos ter medo dos nossos defeitos.

Se os reconhecermos, eles poderão causar beleza.

Das nossas fraquezas podemos tirar forças.

Lembre-se sempre:  NUNCA SE JULGUE INÚTIL, INCAPAZ.



Pense nisso: Muitas vezes não devemos mudar nosso jeito de ser ou nossa personalidade, apenas devemos nos adaptar a determinadas situações complexas, algumas adversas, pois nem tudo é como a gente quer. Devemos também ter muita paciência com o outro, principalmente quando o mesmo quer apenas o nosso bem. Mas não podemos nos esquecer que para TUDO tem um limite e o único caminho ILIMITADO é o do Senhor nosso DEUS.

quinta-feira, 13 de março de 2014

Auguste Comte
 Positivismo





O positivismo é uma linha teórica da sociologia, criada pelo francês Auguste Comte (1798-1857 - foto ao lado), que começou a atribuir fatores humanos nas explicações dos diversos assuntos, contrariando o primado da razão, da teologia e da metafísica. Segundo Henry Myers (1966), o "Positivismo é a visão de que o inquérito científico sério não deveria procurar causas últimas que derivem de alguma fonte externa, mas, sim, confinar-se ao estudo de relações existentes entre fatos que são diretamente acessíveis pela observação".


Em outras palavras, os positivistas abandonaram a busca pela explicação de fenômenos externos, como a criação do homem, por exemplo, para buscar explicar coisas mais práticas e presentes na vida do homem, como no caso das leis, das relações sociais e da ética.



Para Comte, o método positivista consiste na observação dos fenômenos, subordinando a imaginação à observação. O fundador da linha de pensamento sintetizou seu ideal em sete palavras: real, útil, certo, preciso, relativo, orgânico e simpático. Comte preocupou-se em tentar elaborar um sistema de valores adaptado com a realidade que o mundo vivia na época da Revolução Industrial, valorizando o ser humano, a paz e a concórdia universal.



O positivismo teve fortes influências no Brasil, tendo como sua representação máxima, o emprego da frase positivista “Ordem e Progresso”, extraída da fórmula máxima do Positivismo: "O amor por princípio, a ordem por base, o progresso por fim", em plena bandeira brasileira. A frase tenta passar a imagem de que cada coisa em seu devido lugar conduziria para a perfeita orientação ética da vida social.



Embora o positivismo tenha tido grande aceitação na Europa e também em outros países, como o Brasil, e talvez seja, a base do pensamento da sociologia, as ideias de Comte foram duramente criticadas pela tradição sociológica e filosófica marxista, com destaque para a Escola de Frankfurt.

Positivismo


Definição


O positivismo é uma corrente filosófica que surgiu na França no começo do século XIX. Os principais idealizadores do positivismo foram os pensadores Augusto Comte e John Stuart Mill. Esta escola filosófica ganhou força na Europa na segunda metade do século XIX e começo do XX, período em que chegou ao Brasil.

Princípios

O positivismo defende a ideia de que o conhecimento científico é a única forma de conhecimento verdadeiro. De acordo com os positivistas somente pode-se afirmar que uma teoria é correta se ela foi comprovada através de métodos científicos válidos.

Os positivistas não consideram os conhecimentos ligados as crenças, superstição ou qualquer outro que não possa ser comprovado cientificamente. Para eles, o progresso da humanidade depende exclusivamente dos avanços científicos.

Influências

O positivismo teve muita influência na literatura. No Brasil, por exemplo, influenciou escritores naturalistas como Aluísio de Azevedo e Raul Pompéia.

Curiosidade

- A frase “Ordem e Progresso” que encontramos na bandeira brasileira é de inspiração positivista.

terça-feira, 11 de março de 2014


SÓCRATES

Sócrates foi o pioneiro do que atualmente se define como Filosofia Ocidental. Nascido em Atenas, por volta de 470 ou 469 a.C., seguiu os passos do pai, o escultor Sofrônico, ao estudar seu ofício, mas logo depois se devotou completamente ao caminho filosófico, sem dele esperar nenhum retorno financeiro, apesar da precariedade de sua posição social. Seu trabalho seria marcado profundamente pelos textos de Anaxágoras, outro célebre filósofo grego.

No início, Sócrates caminhou pelas mesmas veredas dos sofistas, mas ao retomar seus princípios ele os universalizou, empreendendo a jornada típica do pensamento grego. Suas pesquisas iniciais giraram em torno do núcleo da alma humana. Até hoje este filósofo é sinônimo de integridade moral e sabedoria, pois sempre agiu com ética, responsabilidade, e tornou-se padrão de perfeita cidadania.

Ele desprezava a política e não se adaptava à vida pública, embora tenha exercido algumas funções no quadro político, inclusive como soldado. Seu método filosófico ideal era o diálogo, através do qual ele se comunicava da melhor forma possível com seus contemporâneos, no esforço de transmitir seus conhecimentos para os cidadãos gregos. Além de legar ao mundo sua sabedoria sem par, ele também formou dois discípulos fundamentais para a perpetuação e desenvolvimento de seus ensinamentos –Platão e Xenofontes -, embora não tenha deixado por escrito o fruto de suas pregações.

Casado com Xantipa, nunca priorizou sua família, sempre entregue ao exercício dos dons de que era dotado. Sua essência crítica e justa o levava a crer que tinha uma importante missão, a de multiplicar seres igualmente dotados de sabedoria, probidade, moderação. Este caminho o levaria a se chocar com a cúpula dos governantes, na qual conquistaria inimigos e insatisfação. A contundência de sua fala, o rigor de sua personalidade, seu viés crítico e mordaz, suas idéias muitas vezes opostas à estrutura social vigente e o método educativo de que se valia, geraram-lhe antagonistas no seio da estrutura política que então dominava a Grécia.

O comportamento de Sócrates desencadeou em sua prisão, acusado por Mileto, Anito e Licon, de perverter a juventude e renegar os deuses cultuados pelos gregos, trocando-os por outros. Recebendo a oportunidade de advogar a seu favor, diante do tribunal e dos homens, ele se recusou, pois não pretendia renunciar ao que acreditava e ao que pregava a seus conterrâneos. Ele preferia ser condenado pela justiça terrena e preservar, diante da imortalidade, a verdade de sua alma. Assim, optou pela morte, decretada por seus juízes, através do voto da maioria.

Mesmo diante da chance de fugir, arquitetada por seu seguidor Criton, com a complacência da justiça grega, ele recuou, pois não desejava ferir as leis de seu país. Ao esperar a execução de sua sentença, prorrogada por um mês - graças a uma lei que não permitia o cumprimento desta pena enquanto um navio empreendesse uma jornada até Delos, oferecida em cumprimento de um voto -, preparou-se psicologicamente para esta viagem além-túmulo, em conversas espiritualizadas com seus amigos.

Após ter bebido calmamente seu cálice de cicuta, veneno mortal, ele teria dito “devemos um galo a Esculápio”, pois acreditava que o suposto deus da Medicina o tinha libertado da enfermidade conhecida como ‘vida’, liberando-o para a morte. Desta forma ele partiu em 399 a.C., aos 71 anos.

Fonte: Manuais de Filosofia

segunda-feira, 10 de março de 2014

Ensino de Filosofia no Ensino Médio 

 
Em 2008, sob o número 11.864 foi instituída a obrigatoriedade do ensino das disciplinas de filosofia e sociologia nos currículos escolares do ensino médio, como elementos necessários ao exercício da cidadania.Observando a realidade antes exposta, acerca das diversas teorias pedagógicas presentes em nosso sistema educacional principalmente da teoria racional-tecnológica, pode-se dizer que o ensino destas duas disciplinas se insere neste contexto de integração dos saberes e do aprendizado de vida em sociedade, o chamado aprender a conviver proposto pela UNESCO.
Porém, mesmo com estes objetivos, se o trabalho docente nestas áreas for desenvolvido de forma tradicional, com o aluno decorando conteúdo e o professor simplesmente transmitindo-o, numa educação bancária. Esses objetivos não poderão ser alcançados, visto que essas disciplinas são questionadoras por natureza, em seu próprio modus operandi, o status quo propalado pelo sistema hegemônico em que vivemos. Trata-se de formar um cidadão crítico, consciente de seus direitos e suas obrigações enquanto ser humano, mas que está vinculado a uma eticidade maior dada pelos 
compromissos que assume na sociedade/comunidade. 

A filosofia, de forma mais particular, é questionadora desde suas características principais: a radicalidade na busca da raiz das coisas, a rigorosidade na aplicação da linguagem e a visão de conjunto da realidade. Sendo seu papel pensar aquilo que é e também aquilo que deve ser. Assim, por mais que o professor seja tecnicista, não conseguirá eximir-se da responsabilidade de fazer com que os alunos pensem, pois 
somente a apreensão de conceitos prontos já faz com que os educandos passem a problematizar a realidade em que vivem, seja comparando-a com o pensamento dos grandes mestres, seja apenas entendendo o porque dessa forma de pensar. 

A filosofia, de forma mais particular, é questionadora desde suas características principais: a radicalidade na busca da raiz das coisas, a rigorosidade na aplicação da linguagem e a visão de conjunto da realidade. Sendo seu papel pensar aquilo que é e também aquilo que deve ser. Assim, por mais que o professor seja tecnicista, não conseguirá eximir-se da responsabilidade de fazer com que os alunos pensem, pois somente a apreensão de conceitos prontos já faz com que os educandos passem a problematizar a realidade em que vivem, seja comparando-a com o pensamento dos grandes mestres, seja apenas entendendo o porque dessa forma de pensar. Dessa forma, é importante discutir o método de ensino de filosofia. Dois pensadores se destacam neste sentido: Hegel e Kant. O primeiro propõe o ensino da história da filosofia; Kant, no entanto, propõe que

 [...]Não é possível aprender qualquer filosofia; pois onde esta 
se encontra, quem a possui e segundo quais caracteristicas se 
pode reconhece-la? Só é possível aprender a filosofia, ou seja, 
exercitar o talento da razao, fazendo-o seguir os seus princípios 
universais em certas tentativas filosóficas já existentes, mas 
sempre reservando à razão o direito de investiar aqueles 
princípios até mesmo em suas fontes, confirmando-os ou 
rejeitando-os... (KANT, 1980, p. 208-209)

Propondo assim que o homem é um ser racional em busca de perfectibilidade, que pode se auto-formar. Esse pensamento kantiano permite leques de inferência, a exemplo da improcedência de se fazer com que o aluno tenha simplesmente erudição ou que memorize conteúdos. Isto apenas tornaria o aluno dependente, pois esta não é a maneira correta de usar a razão.Quando o professor se deixa levar por este tipo de displicência, tem-se a indicação de que ele não pensa, não tem coragem de posicionar-se, permanece numa condição de absoluta menoridade; ele não pesquisa, não estuda e limita-se a passar esquemas prontos. É isto que Freire chama de educação bancária: 

“Para o ‘educador-bancário’, na sua antidialogicidade, a 
pergunta, obviamente, não é a propósito do diálogo, que para 
ele não existe, mas a respeito do programa sobre o qual 
dissertará a seus alunos. (...) Para o educador-educando, 
dialógico, problematizador, o conteúdo programático da 
educação não é uma doação ou uma imposição... (...) A 
educação autêntica, repitamos, não se faz de ‘A’ para ‘B’ ou de 
‘A’ sobre ‘B’, mas de ‘A’ com ‘B’, mediatizados pelo mundo. 
(FREIRE,1975:98)


Mesmo considerando tudo isto, fica ainda uma questão, mais do que isto, um paradoxo: como aprender a pensar se o aluno ainda não possui conhecimentos suficientemente sólidos? Para Kant isto não é preocupação, visto que todo ser humano educador ou educando naturalmente é pré-condicionado a aprender. Ou seja, o ser humano atinge sua maturidade ou sua maioridade se ele conseguir pensar por si, 
colocar-se no lugar do outro e pensar de forma conseqüente. 

Este pressuposto pedagógico que vincula disciplina e conteúdos como ponto de partida para romper com o estado de inércia da primeira natureza — também entendido em Hegel como alienação — toma como palco de realização e aperfeiçoamento dos seres humanos, não tanto o indivíduo, mas a História. Hegel concorda com Kant de que a constituição humana acontece a partir de sua formação que tem seu sentido na perfectibilidade do gênero humano, no entanto, isto se insere numa totalidade maior que ora é o Estado, ora a sociedade civil, ora a própria história. Portanto, a ascensão cultural do espírito é resultado de um processo de formação com certo nível de complexidade. Consiste no esforço de elevar o indivíduo do em si, da imediaticidade, para uma posição superior na qual ele possa identificar-se seu este outro que é a cultura. Transpondo esta situação para o ensino, para que isto seja possível, o educando tem de aprender os conteúdos filosóficos e não apenas a filosofar. 

A partir destas duas posições, em princípio contrárias, podemos visualizar o quão desafiador é o ensino de filosofia num país como o Brasil, dependente de políticas educacionais muitas vezes impostas por organismos internacionais como o Banco Mundial. Neste sentido, pode-se refletir acerca do objetivo da filosofia como disciplina no ensino médio e o método a ser usado que alcance este objetivo. 

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação, Lei 9394/96, é ampla ao definir o papel da filosofia no ensino médio, mas tem por dever suscitar o desejo de conhecimento capaz de integrar o homem, o mundo e a natureza num projeto de compreensão existencial e transformação consciente. Neste sentido, é necessário identificar o papel da filosofia no processo educacional o que significa não tratá-la apenas como mais uma disciplina, pura e tão somente, mas como uma prática reflexiva (práxis), que auxilie na descoberta da identidade do homem diante da natureza, na construção da liberdade e na transformação consciente da realidade. 

 É evidente que tarefas tão árduas e complexas não são privilégios da filosofia isoladamente. Tal empreitada exige uma relação minimamente interdisciplinar, cabendo à filosofia uma tarefa definida entre as demais igualmente definidas, porém unidas quanto aos objetivos centrais. Portanto, o ensino de filosofia dialoga com as outras formas de conhecimento. O que, leva a pensar o ensino de filosofia também como diálogo entre educandos e entre estes e seus educadores. Portanto, pelo diálogo imprescindível filosofa-se e se conhece a cultura humana. Em outras palavras pode-se dizer que pelo diálogo há interação entre sujeitos-sociedade-conhecimentos. 

Ou seja, interdisciplinaridade exige atitude de abertura e responsabilidade. De forma que resgata a importância do “outro”, sem o qual não pode haver a troca mútua da evolução do pensamento e da linguagem, e amplia os horizontes dentro do processo sócio-histórico educacional, resgatando a importância do conhecimento das potencialidades, dos limites, das diferenças e do processo criativo de cada ciência, respeitando-se, assim, a relatividade entre elas. Há, pois, a transformação de um pensamento lógico formal em um pensamento dialético, porque não pressupõe a unificação de diferentes saberes, mas a construção incessante de relações entre os mesmos. 

Dentro desse âmbito de observação é cabível perceber que a prática da interdisciplinaridade está inteiramente relacionada à pesquisa, conforme podemos observar na seguinte citação: 

“O professor, na perspectiva da interdisciplinaridade, não é um 
mero repassador de conhecimentos, mas é reconstrutor 
juntamente com seus alunos; o professor é, conseqüentemente, 
um pesquisador que possibilita aos alunos, também, a prática 
da pesquisa. A problematização como metodologia para a 
reconstrução de construtos dá condições ao aluno de mover-se 
no âmbito das teorias, das diferentes áreas do saber, 
construindo a teia de relações que vai torná-lo autônomo diante 
da autoridade do saber. O professor pesquisador constitui-se, 
portanto, em agente necessário de uma formação calçada na 
interdisciplinaridade .”(Tomazetti, 1998, p. 13). 
 
Problematizar a realidade para ensinar filosofia, pressupõe dialogar acerca da mesma – tanto da filosofia quanto da realidade - ou seja, no ensino de filosofia, o docente e o sistema educacional, querendo ou não, possibilitam que o educando seja também dialógico-problematizador. Entender que a filosofia é ato político visto discutir as relações humanas e sociais, leva à consciência de ação transformadora, senão da realidade como um todo, da própria vida do educando. 


CARLOS EDUARDO PINHEIRO BRITO 
UNISC


O jovem e as estrelas-do-mar













“Numa praia tranquila, junto a uma colônia de pescadores, morava um escritor.


Todas as manhãs, ele passeava pela praia, olhando as ondas. Assim ele se inspirava e, à tarde, ficava em casa, escrevendo.


Um dia, caminhando pela areia, ele observou um vulto que parecia dançar. Chegou mais perto e viu que era um jovem pegando, na areia, as estrelas-do-mar, uma por uma e jogando-as depois de volta ao oceano.


- E aí? – disse lhe o jovem num sorriso, sem parar o que fazia.


- Por que você está fazendo isso? – perguntou o escritor, furioso.


- Não vê que a maré baixou e o Sol está brilhando forte? Se estas estrelas ficarem aqui na areia vão secar ao sol e morrer!


O escritor até que achou bonita e louvável a intenção do garoto, mas deu um sorriso cético e comentou:


- Só que existem milhares de quilômetros de praias por este mundo afora, meu caro. Centenas de milhares de estrelas-do-mar devem estar espalhadas por todas essas praias, trazidas pelas ondas. Você aqui, jogando umas poucas de volta ao oceano, que diferença faz?


-Pra esta, eu fiz diferença.


Naquela tarde, o escritor não conseguiu escrever. De noite, mal conseguiu dormir. De manhãzinha, foi para a praia.


O jovem pegava as primeiras ondas do dia com sua prancha. Quando saiu do mar e foi para a areia, encontrou o escritor. Juntos, com o Sol ainda manso e começando a subir, começaram a jogar estrelas-do-mar de volta ao oceano”.


Fonte: A MAGIA DA COMUNICAÇÃO, Dr. LAIR RIBEIRO, Editora Moderna, São Paulo, 1997., pag.19/21.

quarta-feira, 5 de março de 2014

A força das palavras



Sapo
As palavras podem tanto nos ajudar como também nos atrapalhar. Tudo depende do modo como nós a recebemos e lidamos com elas…

Entre a bicharada da floresta, também havia olimpíadas…
E claro, no meio das competições, havia a prova de salto a distância…

Os sapinhos, competindo entre si, foram desafiados por todos os outros bichos a pular uma distância considerada por todos impossível de ser batida para um deles quebrar o recorde da prova.


Os torcedores, que acompanhavam o esforço dos mesmos, diziam: “Não vão conseguir! É demais para vocês, a distancia é muito grande…”.


E realmente, um a um, os sapinhos iam tentando, sem exito, tentar bater o recorde da prova, e a platéia gritando: “Não faz mal… é impossível mesmo… ninguém consegue mesmo, podem desistir!”


Até que, de repente, quando chegou a vez de um determinado sapinho pular, surpreendendo a todos, ele saltou uma distância ainda maior do que a desafiada…
Com suas bocas abertas, os outros sapinhos se aproximaram do grande campeão e então descobriram seu segredo do seu sucesso na prova:

- O sapinho, o grande campeão, era surdo!!!


Pense nisso quando as pessoas a sua volta desencorajarem você a correr atrás de algum objetivo seu. Tirando algumas situações que estão fora de nosso controle, só você mesmo pode impor limites e barreiras ao seus desejos.


Fonte: FR promotora

sábado, 1 de março de 2014

Livros para baixar na internet


Madame Bovary  -  http://lelivros.li/book/madame-bovary-gustave-flaubert/#

Iracema  -  http://lelivros.li/book/download-livro-iracema-jose-de-alencar-em-epub-mobi-e-pdf/

O primo Basílio  -  http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ph000227.pdf

Lucíola  -  http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000035.pdf

Senhora  -  http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000011.pdf

O Guarani  -  http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000135.pdf