terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Hora do adeus...




Soneto de separação



De repente do riso fez-se o pranto

Silencioso e branco como a bruma
Descanse em paz!!!

E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.



De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.



De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.



Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.


Vinícius de Moraes

Nenhum comentário:

Postar um comentário